a chuva fininha... um bando de passarinhos no capim que cresce Tal cena eu a vi no final de novembro de dois mil e vinte e quatro, em uma manhã de domingo, no claustro de cima do Eremitério. Ainda é primavera. Escrevi este haicai para o amigo Carlos Martins, mestre de haiku do “Zen do Haicai”, por ocasião de seu aniversário. Hesitei se usaria travessão, nenhum ponto ou reticências. Só muito raramente aparecem pontos de reticência em meus haicais. Seu uso neste haiku, no final da primeira composição frasal, sugere o monótono contínuo da chuva, tênue, ação que se prolonga e não acaba... Dá ao verso um tom lacônico e convidativo, além de aprofundar a sensação de silêncio. São percepções minhas, não sei se outros sentem assim. É possível deduzir que a chuva é de primavera: em geral constante, fina, silenciosa, cuja poética é sentimental, de liberdade, desprendimento, despreocupação (cf. kigologia). Mas disposta como está, não exerce função de kigo . É apenas tópico, cen