INVERNO - Seishin
Imagem Pixabay muralhas de Ávila — sob o silêncio dos dias a neve... a neve... gelado até os ossos — sereno e agradecido pulsa o coração seu preço, antigo no bolso, esquecido — meu sobretudo manhã opaca — o tracejo do voo da mosca de inverno o roceiro segue após alegre bom-dia — caburé na porteira dia de jejum — os brócolis sobre a mesa tão apetitosos capital mineira — pra qualquer lado que se olhe ipês-roxos, rosas hoje, cor-de-rosa a rua pobre em que moro — um, dois, três ipês manhã de inverno — o voejar solitário da borboletinha caminho do horto — apenas o ruído da queda da folha solidão da ermida — pousado na velha cruz o pardal de inverno painas ao vento — de repente me dou conta dos cabelos brancos imóveis as sombras — ainda mais silenciosa a queda da paina a tarde em declínio — o capim-flecha se curva ao menor dos ventos quarto de hospi